quarta-feira, 30 de março de 2011

Hoje é tempo de ser feliz

http://www.youtube.com/watch?v=qmwh-a584P0

domingo, 27 de fevereiro de 2011

AUSÊNCIA

Na ausência nos deparamos com a falta, com o vazio. E há tantas formas de ausência....
A ausência que se faz presente na indiferença, na omissão, no abandono, na falta de cuidado para com o outro, nos relacionamentos rompidos, na partida, no deixar de ser si mesmo para ser o que os outros querem, nos simples gestos de afetos esperados e não recebidos, na falta de apoio e de um abraço amigo...
Mas não é sobre estas ausências que desejo compartilhar. Quero falar sobre as ausências que incapacitam o ser humano de seguir adiante, que o faz caminhante errante, alheio ao próprio destino. Ausências que impedem a auto realização.
A ausência que se faz presente na dor da morte, na perda irreversível de amigos e entes queridos, no vazio deixado em nossas vidas por aqueles que se vão e não voltam mais. Aqueles que partem, mesmo sem querer partir, deixando a saudade e a lembrança dos momentos vividos, deixando um lugar vazio que jamais será preenchido.
A ausência da modernidade que se faz presente, mesmo quando juntos, num mesmo espaço, cada um fica na sua, diante de uma TV ou de um computador e já não se conversam mais, no diálogo que vai dando lugar ao silêncio não compartilhado, não compreendido, sem sentido, na palavra não dita e não ouvida, onde se convive com o outro, mas sem nenhuma sintonia. Quando nos desconectamos do próximo, e o tornamos distante, para criarmos comodamente apenas elos virtuais.
A ausência que se faz presente na entrega às drogas, quando a mente, de tão ligada, fica entorpecida e não comanda mais o pensar, o querer, o agir e o sentir. A única busca é para encontrar o alívio para a sua compulsão, para o desejo incontrolável, para a fome insaciável do corpo e da alma. A busca incessante de paz sem conseguir encontrar. Viver intensamente toda uma vida em segundos. Alçar voo para a liberdade e ver-se sempre cativo, preso à armadilha do vicio. Cocaina, crack, extasi, maconha, heroina, alcool...não importa qual tipo de droga é usada. O dependente vive ausente da própria vida.
A ausência que se faz presente na depressão que se traduz no abandono do outro e de si mesmo, no viver a deriva, não desejar, não querer estar, não querer ser. Quando a vida pesa e cansa, é fardo impossível de carregar, quando falta o riso, quando a dor torna-se insuportável e já não há mais o que chorar. Quando qualquer projeto de vida torna-se irrealizável e não há vontade de prosseguir. O corpo quer ficar à margem, a beira do caminho. E não importam as flores, já não há mais cores para colorir a vida. Na depressão vive-se ausente, é um viver sem querer a vida.
A ausência que se faz presente na perda da memória que é o ausentar-se de si mesmo, do outro e da vida, das lembranças, da perda da trajetória, da própria história. É um mergulhar no vazio, no qual os outros, antes tão próximos, vão ficando cada vez mais desconhecidos, quando pouco a pouco vai se perdendo do espaço, do tempo e o aqui e agora se desfaz, já não tem mais sentido. É a ausência de não saber-se mais, de perder-se de si mesmo, num mundo ao qual não se tem acesso. É um estar ausente que vai lentamente, criando momentos cada vez mais marcados pelo embotamento, pelo apagamento. De inicio a ausência se traduz nos pequenos esquecimentos, depois o perder-se no tempo, o distanciamento do outro, de não saber-se mais e por fim o despedir-se da vida em vida. É estar presente e não estar em tempo algum. É não ser!
Há, ainda, a ausência existente em outras loucuras, que leva o ser humano a viver personagens imaginários ou a sair sem destino, no contra mão da vida, errantes pelas estradas, eternos caminhante,s sem ponto de partida ou chegada, quando se ultrapassa a fronteira entre a realidade e a fantasia, perda da unidade da personalidade, desligamento da realidade exterior. Caminha... apenas caminha, sem saber para onde quer ir, sem direção, rumo a um horizonte perdido que jamais encontrará.

DESCAMINHOS DA COMUNICAÇÃO

A PNL (Programação Neurolinguística) nos traz enormes contribuições no campo da comunicação, nos alertando sobre a inadequação de determinadas palavras e expressões, que acabam por gerar sérios desentendimentos e obstáculos a conquista de nossos objetivos. São palavras que reforçam velhos padrões, impedem abertura de novos caminhos e bloqueiam a comunicação.
As palavras, muitas vezes, são traiçoeiras, se tornam armadilhas, não apenas em relação a comunicação com o outro, mas à comunicação que estabelecemos com nosso próprio eu. As palavras nos fazem prisioneiros da mesmice, que vai se afirmando no engano das justificativas de sempre, que nos impedem de avançar no processo de transformação.
Sem nos darmos conta, vamos alimentando e fortalecendo, em nosso cotidiano, comportamentos, modos de pensar e agir, através de palavras que nos habituamos a pronunciar sem refletirmos sobre o poder que exercem em nossas vidas.
Sim, as palavras têm poder. Há palavras que são bençãos, há palavras que são maldição.
Palavras que atam e imobilizam: não consigo, impossível, não vai dar certo, sou assim mesmo, nunca, jamais!
Palavras que escravizam, que sufocam: você deve, você tem que, faça, anda logo, cala a boca, fica quieto!
Palavras que abrem portas, alargam o caminho, vislumbram novos horizontes: vai dar certo, vou conseguir!
Palavras convite: vamos conversar, desculpa
São tantos os descaminhos da comunicação...
Palavras que dizemos e que não deveríamos ter dito, pois deixaram marcas, muitas vezes profundas, em outras pessoas e em nós mesmos pelo sentimento de culpa.
Palavras que silenciamos quando deveríamos ter dito, que guardamos, quando deveríamos ter liberado, principalmente palavras de afeto, de agradecimento às pessoas que amamos e que jamais foram ditas.
Palavras de reconhecimento dos erros cometidos e pedidos de perdão não proferidos por orgulho, por vergonha, para não nos sentirmos por baixo, humilhados.
Meias palavras com duplos sentidos, verdes para colher maduro, pequenas mentiras para não magoar ou as duras verdades que o outro não tem condições de ouvir
Palavras perigosas, que se fazem armadilhas por nossos pré julgamentos, preconceitos. Palavras mal entendidas, interpretadas pelos nossos sentidos muitas vezes enganados por sentimentos de rejeição.
Palavras de maldição que impedem o outro de caminhar.
Palavras abençoadas que liberam perdão, aplacam a ira, consolam os que choram, que se tornam bom conselho aos que estão sem saída e que são paz para quem está aflito
Palavras sábias, ditas com firmeza,que impulsionam a transformação
Palavras desgastadas, rotas, envelhecidas, que repetimos, repetimos, alimentando sentimentos os quais já não nos servem mais e que nos impedem de alcançarmos novidade de vida.
Palavras que abrem caminhos: vai com Deus, Deus te abençoe! Seja feliz!
Quais são as palavras que você tem dito para os outros e para si mesmo?

OBS:escrito em 14.1.11

CISNE NEGRO



Um filme imperdível de Darren Aronofsky que traz a luta de uma jovem bailarina para alcançar a perfeição e obter o papel principal de O Lago do Cisne. Mas, para fazer juz ao papel precisava vencer uma batalha interior: incorporar o seu lado sombra à sua personalidade, pois o Cisne Branco ela representava com perfeição, mas não conseguia obter a mesma perfomance representando o Cisne Negro (metáfora da sombra), pois não conseguia dar-lhe vida, uma vez que o reprimia como parte integrante de si mesmo. Reprimida pela mãe dominadora e possessiva, cujo desejo é o de realizar-se através da filha, agride o seu próprio corpo compulsivamente.
O prof. tenta ajudá-la a colocar vida, sedução, força e paixão em sua perfeição técnica.
"A perfeição não está só no controle. Está também em se deixar levar...transcender", seu inimigo está dentro de você mesma" ele lhe diz.
O filme pode contribuir com o processo de auto conhecimento para aqueles que desejarem refletir sobre a sua própria sombra. Segundo o psiquiatra Carl Gustav Jung, todos nós temos uma sombra, um lado obscuro que carregamos conosco advindo dos instintos primitivos dos nossos ancestrais. A tensão dentro de nós de forças antagônicas, o fato de sermos luz e sombra, é constitutiva do nosso ser e não podemos anular. No entanto, a sociedade em que vivemos nos obriga a vivermos um ideal de perfeição que procura eliminar o "negativo". O EU passa a lutar para que o lado considerado bom e perfeito (luz) prevaleça, tentando ignorar e anular a sombra.
O desejo de identificação com os padrões de conduta aceitos pela sociedade faz com que ocorra um fortalecimento da "persona", a máscara que usamos, o que não somos realmente, mas que pretendemos que os outros acreditem que somos. Dessa forma, corremos o risco de adotarmos uma personalidade artificial, sem assumirmos o nosso real caráter.
O encontro consigo mesmo causa dor e por isso ocorre rejeição e projeção. O que não aceitamos em nós, que julgamos ser o mal é projetado fora de nós mesmos, no outro que passa a ser vítima expiatória.
O conhecimento, a aceitação de nossa sombra, dos nossos antagonismos e contradições é primordial para o processo de individuação, para o alcance do SELF (a totalidade) ou Si Mesmo. O Self é resultante do processo de integração da personalidade em uma unidade e do proprio processo de diferenciação que nos possibilita nos tornarmos quem realmente somos.
A bailarina, no filme, vê o seu lado sombra projetado em outra bailarina a quem vê como uma inimiga que quer ocupar o seu lugar, destitui-la do papel principal. Onde reina o cisne branco perfeito, obediente, servil, livre das fortes emoções, do descontrole da paixão, não há lugar para o cisne negro.
Não obtendo a integração a bailarina não vê outra saida que não seja a morte do Cisne Branco para que o Cisne Negro possa emergir com toda a sua força e ocupar espaço em sua vida.
O cisne branco e o cisne negro representam o impasse entre a luz e a sombra. Uma luta que é travada em nosso interior que pode ter como resultado a integração, a plenitude, o ser SI Mesmo através da ajuda terapêutica.
Somos luz e sombra. Quando não aceitamos o nosso lado sombra, quando o negamos como parte integrante do nosso eu, o ignoramos e o vemos fora de nós ele pode se revelar através das neuroses, depressões, das atitudes incompreensíveis e auto destrutivas.
A Arteterapia pode contribuir de forma significativa com o nosso processo de auto descoberta, assim como outras formas de terapia.
Não deixe de ver o filme, que é maravilhoso e aproveite para refletir sobre a importância da integração entre o nosso lado sombra e o nosso lado luz!

MOMENTOS NO JARDIM
















"Todo jardim começa com um sonho de amor...Quem não tem jardins por dentro não planta jardins por fora e nem passeia por eles". Rubem Alves

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

NO JARDIM


A história da criação na visão bíblica é encantadora (que me desculpem os cientistas, mas a história do Big bang não tem poesia, não tem graça nenhuma!). Imagine o caos, a terra sem forma e vazia, e então o Criador disse: Haja luz! E houve luz fazendo separação da luz e das trevas, do dia e da noite. E fez separação das águas, criando os mares e a terra. A terra que acolheu sementes de ervas e árvores frutíferas de várias espécies. E criou os lumiares para alumiar a terra, e fez o sol para governar o dia e a lua para governar a noite juntamente com as estrelas. E criou os animais dos mares, as aves para voarem sobre a face da expansão dos céus e plantou um jardim. Do pó da terra criou o homem e o pôs no jardim para o lavrar e o guardar. E da costela do homem formou uma mulher, pois viu que não era bom que ele estivesse só. No jardim eles tinham a experiência da comunhão com Deus e com toda a sua criação. Mas, ao sairem do jardim, foram perdendo esse contato profundo, se acostumando a viver fora dele e a nem percebê-lo mais. Hoje, diante de tanta tecnologia, do crescimento urbano acelerado, o jardim não tem muito atrativo e não tem lugar na vida agitada das grandes metrópoles. Muitos querem que as árvores sejam cortadas e reclamam que suas folhas e flores sujam as calçadas, seus galhos atrapalham os fios e postes de luz, suas raízes danificam calçadas e ruas. Os rios e as chuvas são vistos como vilões, responsáveis pelas enchentes. Os raios solares causam câncer de pele...O que fez o homem do jardim para torna-lo tão perigoso? O que fez o homem de suas árvores, de suas águas e de seus animais? Desmatamento, poluição das águas dos rios e mares, matança de animais... são tantas espécies em extinção! O homem perdeu o contato profundo com os elementos da criação que se encontram no jardim: terra, água, fogo e ar. E sem um jardim para lavrar e para cuidar, ele procura em vão o sentido para a vida. Esqueceu-se de que, quando estamos em conexão com a maravilhosa obra da criação, estamos em conexão com Deus, com nosso eu, com o outro, com a vida e jamais estamos sozinhos. Somos presenteados, a cada dia, com momentos inesquecíveis e aprendemos que a beleza da vida não pode ser comprada nos grandes shoppings, pois nos é oferecida gratuitamente desde que tenhamos olhos para vê-la. Apesar dos maus tratos a natureza insiste em fazer-se presente em nosso dia-a-dia, através de um pássaro que voa, de uma flor que se abre, da árvore que nos oferece seus frutos, da chuva que cai molhando a terra, do vento que sopra, da água que corre dos rios em direção ao mar, do sol que nasce e se põe nos dizendo: a vida é curta! Coloquem o olhar nas coisas que realmente têm valor. Voltem ao jardim!
Voltar ao jardim, mesmo que seja por alguns instantes do seu dia atribulado, é um convite. A princípio, um convite sem graça e careta, mas irrecusável se você se dispuser, cada vez mais a caminhar em busca de SER um com o jardim!
OBS: Ganhei a Gardênia da minha querida amiga Josete Zimmer que muito tem me ajudado a vencer as barreiras da Informática. Grata, pois ela já floresceu!

sábado, 15 de janeiro de 2011

FELIZ ANO NOVO


Quero desejar para mim e para você um feliz ano novo, mas um feliz ano novo interior. Aquele que mora dentro de nós e para o qual, muitas vezes, não damos a devida atenção.
O nosso calendário interno é bem diferente dos dias, meses e anos postos numa folhinha e é ele, na verdade, que rege as nossas vidas.
Nosso calendário interno é marcado por alguns momentos registrados em nossa memória. Momentos do tempo em que éramos crianças, em que frequentávamos a escola, em que éramos jovens...Nem sempre nos lembramos do ano, da data exata, mas as marcas ficam. Marcas de momentos alegres ou tristes.
O nosso calendário interno, às vezes, nos faz viver no passado, mergulhados nas lembranças boas ou ruins.
Às vezes, nos faz viver de sonhos, num tempo que está sempre posto no amanhã e que, talvez, jamais chegará.
O nosso tempo interior, também é encantado, mágico e, por isso pode nos levar a viver num tempo de fantasia, criando um mundo fora da realidade como Neverland.
O nosso tempo interior, às vezes, nos faz viver como crianças guiadas pelo egocentrismo, querendo que o mundo todo gire ao nosso redor, ou como adultos rígidos, que já não sabem mais brincar e que se esqueceram de cuidar da criança que habita em cada um de nós.
E, nesse tempo interior, há jovens que vivem como velhos e velhos que vivem a melhor idade e que não perdem jamais a juventude da alma.
O nosso tempo interior, também, faz com que sejamos insatisfeitos com o tempo. Quando somos crianças anciamos ser adultos e quando estamos envelhecendo desejamos voltar à nossa juventude.
Às vezes, envelhecemos muito depressa fisicamente e a nossa mente ainda tem projetos e sonhos que nosso físico já não consegue realizar e, às vezes, é a mente que distoa do físico e já não consegue pensar o novo e nem sequer se lembrar do que já passou. É quando o tempo interior nos leva ao completo vazio. É simplesmente não estar em tempo algum.
E já que existe um tempo interno, creio que o ano novo só será novo, realmente, quando o nosso calendário interno estiver aberto para as boas novas, para a novidade de vida. Se esquecermos de mágoas e rancores do passado; se não insistirmos em alimentar feridas que nos marcaram. Se estivermos disponíveis para as transformações necessárias e aceitarmos o que não podemos mudar; se ousarmos realizar sonhos engavetados e projetos embolorados; se tivermos tempo para ouvir a voz do nosso coração; se vivermos o agora tendo o passado como aprendizado e não como uma prisão e o futuro como possibilidades, mas também como consequência do que construirmos hoje.
Por fim, o ano novo só será novo se tivermos tempo para refletir sobre o nosso próprio tempo interior.
Fora isso, o ano novo será apenas mais um ano posto no calendário criado pelos homens.
Que 2011 seja, realmente, um feliz ano novo para nós e que nele tenhamos tempo para cuidar do nosso tempo interior.